terça-feira, 2 de janeiro de 2018

talvez se eu tivesse um deus
e me ajoelhasse na pedra do tempo
talvez o que me desse
a paz nossa de cada dia
eu não gritava o teu nome
eu não escondia os cadernos
com o teu nome,
eu tinha um deus a quem
cuspir na cara, a quem partir
os braços. e nenhum espaço para
a ternura, talvez.

foto: Andre Kertesz 

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