sexta-feira, 27 de julho de 2018

isostar e cola branca

debaixo do pó da mesa
os dedos marcados
de uma certeza
que só dói na primeira hora
da manhã

isostar e cola branca
o ranço das bocas por morder
aperta-me os dedos
(nos teus dedos)
como se

a língua amarga
o corpo doente

como se

o hálito matinal
do meu avesso
fosse o teu nome.


quinta-feira, 5 de julho de 2018

mel e sombra

escolho os livros letra a letra
como se nas palavras
coubesse
o peso do corpo
a atravessar
as traseiras de
uma verdade
escolhida
como um livro.

põe a mão sobre os dias
sobram os dias
as duas mãos em volta
dos pêssegos.