domingo, 29 de outubro de 2017

terça-feira, 24 de outubro de 2017

não ter um tempo mais curto
uma luz de encher as horas.

não ter um dia mais
do que os mortais.



segunda-feira, 23 de outubro de 2017

pergunta-me onde dormiremos esta noite
eu dir-te-ei que mercúrio nos atravessou
como ar quente, dos lábios à garganta

pergunta-me como se alinham as fragilidades
do peito às coxas, que caminhos nos restarão ainda?




fotografia: daqui

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

esta sensação

de estar a caminhar há séculos

os pés em ferida

e o coração

ai o coração, meu amor

tão longe de encaixar dentro do peito.


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

deixar de ser luminescência

deixar de ser antecedência

cadência das mãos

peito abaixo.





sexta-feira, 13 de outubro de 2017

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

eu sei

que o teu amor
foi uma canção
de embalar gatos

e que, à noite,
as vozes se precipitam
nas janelas

eu sei

que a imortalidade
sabe ao ácido das orquídeas
e que esta nuvem só
serve para nos distanciar
do princípio


um mundo
em que tudo isto
fossem instrumentos da morte

diz-me que estás intacto
e que a febre não te roeu
os lábios

que tens ainda uma boca imensa
e dedos de agarrar livros
por dentro.

foto daqui