sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Um gin. O mais barato.

cantas-me as canoas do tejo
enquanto fingimos fumar charros
de mãos fechadas.
encosto-me à porta do prédio
sabes que só consigo ouvir
com os olhos postos no nada.
imagino que os meus olhos brilhem
na mesma medida em que brilham
os faróis dos carros que descem a rua.
respondo-te com josé mario branco
e tu percebes. que a minha dor é muito maior que eu.
sorrimos, sorririamos na presença de qualquer animal morto.
canto contigo um fado inventado antes de mim.

entramos num bar, o empregado olha-me enquanto brinca com os copos.
pergunta-me o que vou querer.
para a vida? um gin. o mais barato.

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